Separar a pessoa física da jurídica é fundamental para garantir a saúde financeira do seu negócio

Separar a pessoa física da jurídica é fundamental para garantir a saúde financeira do seu negócio

A controller Marianna Ornellas explicou, no encontro do Conselho da Mulher Empreendedora, quais as práticas necessárias para uma gestão eficiente tanto no âmbito empresarial como no pessoal

Você já parou para pensar em quantos cafezinhos você, pessoa física, pagou com o cartão de crédito da sua empresa por seu algo “baratinho”? Para a controller Mariana Ornellas, administradora de empresas com MBA pela University of Phoenix e vasta experiência na área financeira, essa mistura de pessoal com jurídico prejudica o controle necessário para ajudar a identificar se a empresa está gerando caixa. “O que todo mundo quer é crescer e, para crescer, é necessário adotar uma gestão clara e eficiente. Um fator imprescindível, por exemplo, é que as contas bancárias de PF e PJ sejam separadas”, afirmou a especialista, na reunião mensal do Conselho da Mulher Empreendedora, ocorrida em 21 de julho, na Associação Comercial de Campinas.

De acordo com ela, o conceito de gestão abraça muito mais que administrar. Envolve ter controle dos lucros ou das perdas. É também usar as informações apontadas nos balanços financeiros para direcionar a estratégia de negócios e planejar investimentos futuros. “Começa com o cafezinho e, amanhã, a pessoa física está pagando a faxineira da casa por meio do caixa da empresa, por exemplo. Fatos como esses desvirtuam a visão final da empresa e fazem com que se perca o controle financeiro de ambos, o físico e o jurídico. O ideal é que exista um equilíbrio.

Mariana Ornellas ressalta a importância da demonstração de resultados para as empresas e divide em quatro os tópicos a serem analisados:

• Vendas (inclui o histórico, o que foi projetado e o real);

• Margem de contribuição (quanto sobra da receita obtida por meio da venda de um produto ou serviço depois de abatido o valor dos gastos variáveis para a sua confecção ou realização);

• Custos fixos (água, luz, aluguel e outros. Os comparativos dos custos fixos podem ajudar na hora de reduzir custo. Deve ser analisado o que funciona e o que não funciona na operação do negócio);

• Lucros ou perdas (demonstração detalhada e clara do registro financeiro da empresa).

A controller destaca, ainda, a questão do fluxo de caixa. “O que sai precisa casar com o que entra. Nesse aspecto são importantes as renegociações de prazos com fornecedores. Se o cliente pagará parcelado e você precisa pagar o fornecedor à vista, o que sairá do caixa não coincidirá com o que entrará. O ideal é os prazos batam”, explica Mariana.

Quando há uma gestão eficiente e clara fica mais fácil reduzir custos, especialmente em momentos de crise. “Olhar para o quadro de funcionários e reduzir as horas extras; rever pacotes de serviços como telefonia móvel e fixa, internet, renegociar aluguel, tarifas bancárias e serviços terceirizados, e, principalmente, eliminar os desperdícios são algumas dicas para a obtenção de redução de custos”, afirma ela.

Há quem opte pelos programas e aplicativos – existem vários – e há quem prefira as anotações, ou, os comprovantes de pagamentos grampeados no caderno. Mas, independente do método de controle financeiro utilizado, o importante é registrar tudo e não perder o foco. E isso vale também no âmbito pessoal.

Regras também para PF

Para Marianna, no que se refere à pessoa física, devem ser levados em conta outros aspectos como, por exemplo, a qualidade de vida. Nesse caso, além de também ser necessário separar o que é supérfluo do que é prioritário, estão incluídos os planejamentos de consumo, de investimentos, de aposentadoria, de férias e até uma definição de reserva, uma provisão. A especialista lembra a questão do Pró-Labore, que deve ser retirado pelos sócios mesmo que a empresa não tenha caixa.

De acordo com ela, o primeiro passo para manter uma boa saúde financeira tanto no físico como no jurídico é ter consciência. “Não é muito agradável realizar esse controle, seja anotando cada gasto à mão ou inserindo numa planilha de Excel. Para muita gente é uma tarefa chata, mas, ao realizá-la, pense no resultado e nos benefícios que você obterá”, ensina a especialista Marianna Ornellas.

 

 


CME, Conselho-Mulher-Empreendedora, Gestão-financeira

Pode lhe interessar


Notícias recentes


Assuntos relacionados