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Uma visão futurista e criativa, no passado

Temos vistos ao longo do tempo e mais recentemente novamente, de forma acentuada, redes de varejo tendo grandes dificuldades financeiras; impossível não citar o caso de maior vulto: da Americanas que, em março de 2023, protocolou seu pedido de recuperação judicial.

Por outro lado, quando vemos os rankings anuais da SBVC (Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo) notamos a relevância desse setor na economia brasileira. Mesmo incluindo também empresas de produtos de consumo, o ranking é uma ótima referência do faturamento anual desse grupo de empresas.

 A edição 2022 do ranking mostra que as 300 maiores empresas do varejo brasileiro tiveram um faturamento bruto de R$ 892,426 bilhões. O Carrefour lidera a lista, com um faturamento bruto de R$ 81,2 bilhões e as 5 maiores empresas do ranking (Carrefour, Assaí, Magazine Luiza, Via e Americanas) somaram um faturamento de R$ 239,761 bilhões.

Enquanto isso, o Produto Interno Bruto (PIB) do país encerrou o ano de 2022 totalizando R$ 9,9 trilhões, publicado pela Agência IBGE de Notícias, conforme dados do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais, divulgado pelo IBGE. Podemos notar a proporção relevante das empresas de varejo (principalmente) e consumo no PIB brasileiro, perto de 10% - não diretamente, claro, pois o PIB não é necessariamente a soma dos faturamentos das empresas.

Mesmo assim, nota-se que grande parte do PIB para o consumo transita pelo varejo! E não é somente isso, como disse o Sr. Konosuke Matsushita em seu livro “Não Vivemos Somente pelo Pão”: “... o atacadista ou varejista é também um importante elo de comunicação entre o consumidor e o produtor. Ele está na melhor posição para descobrir exatamente o que o usuário quer e passar esta informação para o fabricante. ...”.

E ele continua no seu raciocínio da importância do varejista no ciclo econômico; um comerciante [ou varejista] criativo reflete bastante sobre cada item em sua loja, constantemente pensando sobre como pode ser modificado para melhor suprir as necessidades do consumidor; o varejista, em particular, está bem-posicionado para receber informações, reclamações e pedidos dos consumidores.

Não sabemos até que ponto os varejistas e atacadistas interagem com os consumidores e dão retorno aos produtores e fabricantes; pode até ser que muitos deles já atuam dessa forma. Entretanto, é certo que algo pode ser diferente nesse setor, pois com grandes varejistas tendo dificuldades financeiras sérias, certamente pode haver varejistas em demasiado para o consumo existente e ainda pode haver uma infinidade de produtos à venda que não estão realmente atendendo a necessidade do consumidor.

Para se contextualizar sobre sua visão, vale notar quem foi o Sr. Konosuke Matsushita; fundador da Empresa Matsushita Electric, hoje chamada Panasonic Group, em 7 de março de 1918. Pelo site, vemos que a empresa tem mais de 100 anos, emprega mais de 240 mil pessoas no mundo todo e fatura mais de $55 bilhões de dólares anuais.

Essas e muitas outras considerações sobre negócios e gestão foram escritos e compilados nesse livro que inclui essas ponderações sobre o papel do varejo nos negócios e a importância para os fabricantes.

Ele ainda pondera que iniciativas dessa natureza, de receber informações, reclamações e pedidos dos consumidores como uma iniciativa criativa, que não importando o tamanho da loja ou do negócio, contribui significativamente para a sociedade.

Ele então pondera para fechar esse tema e esse tópico, de que a verdadeira satisfação nos negócios provém da consciência de estar satisfazendo importantes necessidades sociais ao ser criativo. E finaliza notando que as maiores recompensas para qualquer negócio são a confiança do consumidor e fabricante e a prosperidade do seu negócio.

Jarib B D Fogaça|