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Jarib B D Fogaça
Jarib B D Fogaça
Sócio na JFogaça Assessoria e conselheiro independente.

A competitividade do Brasil

Todo ano vemos nesta época a notícia sobre o Ranking de Competitividade Mundial dos países. Divulgados neste ano em 20 de junho de 2023, os dados exploram múltiplos fatores que afetam a prosperidade de 64 economias.

O Anuário de Competitividade Mundial do IMD (uma escola de negócios da Suíça, baseada em Lausanne) tem sido publicado desde 1989, e se tornou um relatório anual abrangente e um ponto de referência mundial sobre a competitividade dos países. Ele fornece comparações e tendências, bem como estatísticas e dados de pesquisas extensas. Analisa e classifica os países de acordo com a forma como gerem as suas competências para alcançar a criação de valor a longo prazo.

Ele baseia-se em 336 critérios de competitividade selecionados como resultado de uma pesquisa abrangente utilizando literatura econômica, fontes internacionais, nacionais e regionais, e retorno da comunidade empresarial, agências governamentais e acadêmicos.

A competitividade de uma economia não pode ser reduzida apenas ao PIB e à produtividade porque as empresas também têm de lidar com dimensões políticas, sociais e culturais. Os governos precisam, portanto, proporcionar um ambiente caracterizado por infraestruturas, instituições e políticas [econômicas] eficientes que incentivem a criação de valor sustentável pelas empresas.

O Ranking Mundial de Competitividade do IMD enfatiza uma tendência de longo prazo destacada em edições anteriores – que cada país no topo da lista tenha uma abordagem única para se tornar competitivo.

O Professor de Finanças e Diretor do “IMD World Competitiveness Center”, Arturo Bris, expressa seu comentário como segue: “A competitividade determina a forma como os países, regiões e empresas gerem as suas competências para alcançar o crescimento a longo prazo, gerar empregos e aumentar o bem-estar. A competitividade é, portanto, um caminho para o progresso que não resulta em vencedores e perdedores. Quando dois países competem, ambos estão em melhor situação.”

O Brasil não está bem nesse ranking! E os meios de comunicação têm propagado essa notícia. Neste ano, o Brasil está na posição 60, de 64 economias analisadas. Conforme divulgado pelo IMD, a metodologia do ranking de Competitividade Mundial divide o ambiente nacional de cada país em quatro fatores principais:

- Desempenho econômico

- Eficiência Governamental

- Eficiência Empresarial

- A infraestrutura

Na apresentação resumida do ranking há uma indicação inicial de que se analisa e classifica a capacidade dos países de criarem e manterem um ambiente que sustente a competitividade dos empreendimentos; mas há também uma indicação de que se assume que a criação de riqueza ocorre principalmente no nível de uma empresa [a partir de uma empresa] (seja privada ou estatal). No entanto, as empresas operam num ambiente nacional [de um país] o que aumenta ou reduz sua capacidade de competir nacional ou internacionalmente.

Toda essa leitura desses rankings em detalhes nos leva a algumas considerações. É certo que eficiência governamental e de infraestrutura estão de certa forma em poder do governo central de cada país, e em parte o desempenho econômico do país também está em poder do governo central. Também está claro que é necessário aos países criarem e manterem um ambiente que sustente a competitividade dos empreendimentos.

Mas é bom notar que o próprio grupo de catedráticos que conduzem o estudo assume que a [real] criação de riqueza ocorre principalmente no nível de uma empresa [a partir de uma empresa - seja privada ou estatal. E nesse momento precisamos voltar nossa atenção para o real desempenho econômico e eficiência empresarial no nível de cada empresa.

Nesta circunstância vem a pergunta: como cada empreendedor, empresário, executivo estão e tem medido o desempenho econômico e a eficiência empresarial de sua empresa? Como estão os resultados e o fluxo de caixa? Como está a posição patrimonial e financeira, entre ativos correntes, não correntes, passivos correntes, não correntes, e assim sucessivamente?

O Ranking também enfatiza uma tendência de longo prazo – de que cada país no topo da lista tenha uma abordagem única para se tornar competitivo. Não há dúvidas de que a composição desses países também tem empresas com essa abordagem, com foco claro e direcionado a se tornarem competitivas.

Lendário, implacável, obcecado. Polêmicas à parte, fato é que Jack Welch se tornou um dos grandes pensadores sobre liderança. Uma de suas frases que denota o risco que a falta de foco pode causar em uma empresa é como segue: “Uma [tipo de] missão que é armadilha para as empresas: tentar ser tudo para todas as pessoas, o tempo todo.”

Talvez o Brasil não esteja bem nesse ranking; mesmo assim o Brasil propicia a cada dia oportunidades infinitas de geração de riqueza por meio das empresas. Certamente com foco e determinação, e buscando uma abordagem única e diferenciada, cada empresa brasileira no seu dia a dia poderá se destacar e compor positivamente a geração de riqueza do país.

 


Jarib B D Fogaça|

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