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Jarib B D Fogaça
Jarib B D Fogaça
Sócio na JFogaça Assessoria e conselheiro independente.

Feitas para sobreviver e durar - continuando

Falamos recentemente sobre o aprendizado que temos obtido dos livros, em especial falamos dos que marcaram época com títulos em português: Feitas para Durar; e depois, Feitas para Vencer!

 

Retornamos aos livros para buscar a síntese de cada um deles e o eventual reflexo nos nossos dias. Recomeçamos neste momento pelo livro Feitas para Durar! Os autores concluem de forma bem sucinta e ao mesmo tempo complexa, que o conceito central de uma empresa feita para durar é o chamado “alinhamento”. O termo alinhamento foi utilizado no livro e deve ser usado para verificar se todos os elementos de uma empresa trabalham em harmonia. E harmonia no sentido de que todas as ações estão dentro do contexto da ideologia, que atualmente podemos dizer: propósito central, e qual o progresso que essa empresa busca, ou seja, sua visão.

 

De certa forma, conforme os autores, visão é simplesmente a combinação de uma ideologia central duradoura combinada com o progresso contínuo ao futuro proposto. Eles ainda concluem que declarações de Visão, Missão, Valores e, mais recentemente, Propósito, são boas e úteis, mas não são a essência de uma empresa visionária, feita para durar. Essas declarações são importantes, mas apenas o primeiro passo.

 

Dessas declarações, decorre uma discussão contínua para nossos dias, que inclusive foram postos à prova com a pandemia e agora com a guerra – como estamos alinhando a atuação da nossa empresa à Visão, Missão, Valores e Propósito? Como estamos desencadeando essas declarações em metas, estratégias, táticas, diretrizes, processo e práticas? Qual ambiente estamos criando no dia a dia de forma consistente e alinhado às nossas declarações?

 

Primeiro tivemos a reclusão imposta pela pandemia e seus efeitos nas cadeias produtivas bem como de logística. Agora com a guerra temos a falta ou mesmo a escassez de produtos, e até de serviços em certos setores e regiões. Toda essa ruptura a um sistema global, globalizado e tido como perfeito até então, agora está sendo desafiado. Será mesmo que a produção em alta escala e concentrada em certas regiões seria a melhor solução?

 

Não basta a produção ser global, temos também os processos de gerenciamento remotos, antes vistos como algo distante e que com a pandemia se acentuaram profundamente. E temos daí uma série de contratempos gerados de forma natural e inerente ao processo de trabalho remoto – elegantemente chamado de “home office”! Já há mais de vinte anos, o livro Feitas para Durar notou de forma simples, mas ainda indireta, esse problema de gestão.

 

Uma das empresas visionárias estudadas deixou claro para seu grupo gerencial de que tomar conta, cuidar de sua equipe, é a tarefa mais importante de qualquer pessoa que ocupa um cargo gerencial. Esse gerente tem que aceitar e lidar com a responsabilidade relativa à equipe.

 

E não há nada mais complexo do que gerir uma equipe de forma humana, não simplesmente técnica, remotamente. A gestão remota perde nuances do diálogo extremamente necessário entre o superior e o subordinado, que somente acontece durante o café e as refeições, ou mesmo numa sala de reunião, enquanto se espera. O próprio isolamento, a solidão que cada colaborador passa a experimentar e a viver, compromete o trabalho e o desempenho. Ainda teremos muitas discussões, estudos e análises acadêmicas sobre esse assunto nos próximos anos. 

 

E voltando ao tema de alinhamento, notamos que alinhar as pessoas se torna muito mais difícil remotamente, tanto para os colaboradores como para os gerentes e dirigentes de qualquer empresa. Dentro dos elementos conclusivos do livro, entramos também em algumas orientações para o alinhamento das pessoas que, obviamente, é fundamental e de onde se inicia todo processo de construção de uma empresa visionária, feita para durar.

 

Repetimos aqui nossas observações anteriores; de que não nos parece que a simples longevidade de qualquer empresa lhes dará condições de sobrevivência; a sobrevivência, seja empresarial ou de qualquer outra natureza estará sempre associada ao perfeito alinhamento interno que se tenha entre as declarações e a própria atuação operacional da empresa. Alguns exemplos de orientações obtidas do livro, para se buscar o alinhamento de pessoas, dirigentes, gerentes e colaboradores, incluem:

 

- Ter uma visão completa do quadro, do conjunto empresarial em que atuamos;

- Explorar ao máximo as pequenas ações no dia a dia;

- Não sair “atirando” para todos os lados, juntar as peças antes;

- Nadar na sua própria corrente, buscar o alinhamento interno primeiro.

 

Certamente este tema não se esgota em uma exposição de ideias em poucos parágrafos; mas pode, sim, ser um grande estímulo para a retomada de discussões empresariais relevantes para que as empresas possam ser feitas para durar e, acima de tudo, sobreviver!


 


Jarib B D Fogaça|

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