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Equipe ACIC
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Coronavírus começa a moldar o futuro das cidades

Grandes centros urbanos se tornaram o epicentro do novo coronavírus e agora, usam essa experiência para repensar a melhor forma de construir e organizar as cidades para superar futuras crises.

Cada vez mais perto de retomar suas atividades e diminuir as medidas de isolamento social, muitas cidades têm se empenhado em repensar sua dinâmica de ocupação e uso do espaço público durante e pós-pandemia.

Embora muitas das medidas em prática tenham se dado por conta da aparição do novo coronavírus, muito do que se tem feito pode ser replicado, transformando em definitivo nosso comportamento e a forma como lidamos com o meio em que vivemos.

Nesse contexto, Claudio Bernardes, presidente do Conselho Consultivo do Secovi-SP, diz que os planejadores urbanos têm papel relevante a desempenhar, fomentando novas ideias para desenvolver novos modelos de funcionamento da cidade, ajudando a superar a crise atual e outras que possam surgir.

Na última quarta-feira (17/6), Bernardes se reuniu com integrantes do Conselho de Política Urbana (CPU), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), e falou sobre o funcionamento das cidades na era da pandemia.

“Nosso modelo de ambiente urbano infelizmente facilita a transmissão. Temos organismos dinâmicos com dois sistemas importantes, o social e o natural – a interação entre esses dois sistemas é que causa muita complexidade”, diz.

Bernardes destaca que em São Paulo, 96% da população mora em áreas urbanas e que com o esvaziamento da cidade, o fluxo de pessoas e carros deram espaço às ruas, avenidas e calçadas vazias, que sem movimento mostraram o quão são estreitas para a alta concentração da população. Fica claro também, segundo ele, que a maioria dos bairros não oferece nas suas proximidades tudo o que as famílias precisam como itens de primeira necessidade.

“No contexto de uma pandemia, a situação é difícil de ser controlada dada a amplitude dos níveis de conectividade que temos. Precisamos chegar ao modelo de uma sociedade mais igualitária, em especial quando tratamos de moradia, saneamento e acesso à saúde”.

BOAS PRÁTICAS

O que o futuro nos reserva ainda não é possível saber, entretanto, Bernardes acredita que os sistemas urbanos de transporte coletivo tendem a ter seu uso remodelado – com menor taxa de ocupação de passageiros por metro quadrado, com maior escalonamento das empresas para evitar picos de aglomeração e maior uso de bicicletas. Neste sentido, ele sugere, por exemplo, o uso de tecnologias como algoritmos e o big data - inteligência capaz de prever áreas com alta probabilidade de serem afetadas por ressurgências da epidemia, além de agrupar dados e padrões de comportamento gerando ajustes mais assertivos na oferta de serviços de mobilidade urbana.

RUA EM AUCKLAND, NA NOVA ZELÂNDIA: MAIS CICLOVIAS
E CALÇADAS EXTENSAS

Em busca de novas práticas econômicas e estratégias de segurança para tentar proteger a população contra uma futura onda de contaminação, Bernardes cita um estudo feito pela Associação Nacional de Funcionários de Transporte da Cidade (Nacto, na sigla em inglês), financiado pela Bloomberg Philanthropies.

De acordo com o material, por se tratar de um modal de uso individual com menor chance de contágio, o incentivo ao uso de bicicletas como opção de meio deslocamento diário já é uma realidade em algumas cidades do mundo que tentam adaptar uma nova rotina por conta do novo coronavírus. Disponível on-line, o manual reúne práticas bem-sucedidas pelo mundo que visam o redesenho e novos usos de ruas e áreas urbana.

TEATRO NA ALEMANHA PASSARÁ A OPERAR COM 30% DA
CAPACIDADE TOTAL

O estudo traz também outras ações como a maior circulação de ônibus em faixas exclusivas com menor superlotação e a ampliação de calçadas. Para o comércio também há muito a ser feito – o setor de alimentação em geral precisará de áreas abertas e protegidas para mesas, balcões e filas. Outros locais de maior aglomeração como escolas e igrejas podem voltar a funcionar ao ar livre garantindo mais segurança às aulas e programação em geral.

Um dos espaços culturais mais importantes da Alemanha, o Teatro Berliner Ensemble promoveu uma nova configuração de seus assentos. O distanciamento entre as poltronas e a adaptação da capacidade total de seu espaço – originalmente de 678 pessoas – foi reduzida a 30%. Na capital, Berlim, duas pistas anteriormente usadas para veículos foram transformadas em ciclofaixas no bairro de Kreuzberg, enquanto o tráfego de veículos apresentava significativa redução. O sucesso da medida reverteu novas faixas em outros pontos da capital.

PLANO DE RETOMADA DA ESPANHA: MAIS ESPAÇO PARA PEDESTRES

Em Buenos Aires, na Argentina, foram usados cones e algumas pinturas no chão para indicar o distanciamento correto que as pessoas deveriam manter. Auckland, na Nova Zelândia, usou os mesmos recursos para ampliar a calçada da principal via comercial do centro da capital neozelandesa, a Queen Street. O plano de retomada de Barcelona, na Espanha, também prevê alargar calçadas, fechar ruas e criar ciclovias temporárias.

A cidade de Bogotá, na Colômbia, anunciou em março a habilitação de 76 novos quilômetros de faixas destinadas a bicicletas, localizadas em vias existentes, mas separadas dos carros por cones. O Brasil também aparece entre os exemplos com a Feira Segura, de Goiânia, num modelo de feira livre em que os consumidores fazem compras de dentro do carro, no sistema drive thru.

"Este é o momento de sermos arrojados, buscarmos novas ideias e nos espelharmos em outras experiências para desenvolver os espaços públicos e os modelos de funcionamento da cidade, que possam nos ajudar a superar essa crise e outras que possam surgir". 

 

Fonte: JORNAL DAS ASSOCIAÇÕES COMERCIAIS DO ESTADO DE SÃO PAULO


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