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Jarib B D Fogaça
Jarib B D Fogaça
Sócio na JFogaça Assessoria e conselheiro independente.

A velocidade do dinheiro e o crescimento econômico

Há uma discussão, não muito no Brasil, mas principalmente nos Estados Unidos, de que há uma bolha no mercado de capitais, objetivamente no mercado de ações.

Há uma discussão, não muito no Brasil, mas principalmente nos Estados Unidos, de que há uma bolha no mercado de capitais, objetivamente no mercado de ações. Consequentemente, há uma grande discussão do que seria uma bolha, quando uma alta, uma subida no mercado de ações se comporta como bolha, e assim segue uma grande troca de argumentos.

Mas o que se torna interessante nessa discussão é buscar entender por que razão isso aconteceria dentro de um ano de pandemia generalizada mundialmente. Toda essa discussão se torna motivo devido a um vírus se propagando e infectando pessoas de modo sem precedentes. Todas as economias tendo que ser fechadas, pessoas supostamente impedidas de consumir, fábricas impedidas de produzir e o comércio impedido de vender.

Mas será que isso está mesmo acontecendo?

Dizem que o mercado de ações antecipa a economia de 6 a 18 meses; vale notar que em 1 ano de pandemia, o mercado de ações brasileiro em fevereiro de 2021 já está no mesmo patamar de fevereiro de 2020; isso apesar de infinitas notícias de que a economia não está, ou melhor dizendo, não estaria bem!

Então com toda essa alta no mercado de ações, o que temos como sinal a ser observado? Será que nossa economia já está se recuperando e não estamos vendo; será que os próximos 6 a 18 meses serão muito melhores do que imaginamos? Há muito dinheiro sendo despejado no mercado de ações e de alguma forma esse dinheiro deve chegar às mãos da população. E isso tem que acontecer, pois de outra forma essas empresas abrindo capital e recebendo novos aportes não terão para quem vender.

Vale lembrar que o conceito de crescimento econômico é quantitativo, que consiste no aumento da capacidade produtiva de uma nação. Ou seja, o crescimento envolve uma elevação no nível de atividade econômica de um local quando se avalia todos os setores produtivos que fazem parte daquela economia. Ainda resta lembrar de onde vem o aumento da atividade econômica, do aumento de produção e consumo, ou do consumo e da produção, pois ambos têm que se equilibrar.

O que sempre deixamos de lado nessa equação é a velocidade em que a produção e o consumo ocorrem; sem velocidade de produção e consumo, sem velocidade de trocas e de disponibilidade financeira para essas trocas, não há crescimento econômico. Estamos falando aqui de um aspecto subjacente para suportar o crescimento econômico, a velocidade do dinheiro. É provável, se não certo, que quanto mais rápido o dinheiro trocar de mãos, maior consumo e produção serão necessários para acompanhar essa velocidade e gerar crescimento econômico.

A velocidade do dinheiro é conceituada como a frequência com que uma unidade monetária é usada para comprar bens e serviços produzidos internamente em um determinado período. Em outras palavras, é o número de vezes que 1 real (R$) é gasto para comprar bens e serviços por unidade de tempo. Se a velocidade do dinheiro está aumentando, então mais transações estão ocorrendo entre os indivíduos em uma economia.

De forma prática, o que estamos discutindo aqui e que certamente causa lentidão na nossa economia, é a dificuldade de se fazer negócios, se comprar ou consumir em nosso país. E grande parte dessa dificuldade não está relacionada com a alta carga tributária, mas provavelmente com a necessidade de adotarmos um senso de prontidão em completar os processos dentro das expectativas.

Para ilustrar, vejam o caso de alguém que, aproveitando um feriado prolongado, decide usar os pontos de um programa de fidelidade para comprar algo, consumir. Ao iniciar o processo, nada transcorre de forma esperada, há que se preencher novos cadastros mesmo já tendo um cadastro anterior e depois de muitas dificuldades, não consegue gastar; e esse programa de pontos não tem um pronto atendimento 24 horas para resolver essa situação e permitir que alguém compre, consuma! Ficamos imaginando quanto se perde de velocidade de dinheiro para alimentar a economia neste caso.

Um outro caso é a compra e venda de um ativo, seja um automóvel ou um imóvel. Quem não tem um bom exemplo para contar de que, mesmo tendo o dinheiro disponível para pagar uma parte do bem, enfrentou dias e dias de um processo interminável para ter um financiamento; novamente, quanto se perde de velocidade de dinheiro para alimentar a economia neste caso.

Mas ao mesmo tempo, com poucos cliques se assina e se paga uma assinatura sem dificuldades, seja de mídia social, de jogos pela internet ou ainda de reuniões on-line, mas sabemos que esses processos de pagamentos rápidos e efetivos estão baseados em plataformas internacionais e que esse recurso que pagamos por esses benefícios estão gerando riqueza e crescimento econômico em outro destino que não nosso país.


Jarib B D Fogaça|

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