Impostômetro: Campinas ultrapassa os R$ 2 bilhões em valores pagos em tributos em 2018

Impostômetro: Campinas ultrapassa os R$ 2 bilhões em valores pagos em tributos em 2018

Esta é a maior marca registrada desde a implantação do painel em 2005

O Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) ultrapassou, pela primeira vez – desde a implantação do painel, em 2005 – a casa dos R$ 2 bilhões em Campinas. Até 31 de dezembro, a projeção é de que o montante chegue a R$ 2.152.606.694,00, 12,21% a mais que em 2017, quando os campineiros pagaram R$ 1.916.848.040,00 (crescimento nominal) em tributos. Em crescimento real, levada em conta a inflação média no período, o percentual é de 7,38%. Em São Paulo, o Impostômetro atinge, às 22h30 desta quarta-feira (19/12) ― também pela primeira vez no mesmo período ― a marca de R$ 2,3 trilhões. O valor corresponde ao total de impostos, taxas, multas e contribuições que a população brasileira pagou desde o início de 2018. Para todo o ano, a projeção é de que o montante chegue a R$ 2,388 trilhões.

Para a vice-presidente da Associação Comercial e Industrial de Campinas (ACIC) e vice-presidente da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Adriana Flosi, as arrecadações recordes estão atreladas, entre outros fatores, à lenta e gradual recuperação da economia. “Temos a percepção dessa pequena retomada da confiança tanto do setor produtivo como do consumidor. Especificamente em Campinas, o crescimento no número total de estabelecimentos, de 2017 para 2018 é um dos indicadores. No ano passado eram 63.620, sendo 23.516 da atividade do comércio, e 40.104 de serviços. Para este ano, a projeção é de um total de 64.296 estabelecimentos, 23.751 de comércio e 40.545 de serviços”, explica.

No entanto, Adriana destaca a Reforma Tributária como pauta imprescindível para o novo governo, uma vez que as altas taxas representam um dos maiores entraves para um efetivo crescimento econômico do País, que não vê o retorno dessa arrecadação em benefícios para a sociedade, seja na esfera municipal, estadual ou federal. “É inadmissível para um país que está entre os 15 com maior carga tributária do mundo, figurar em 30º lugar no Índice de Retorno e Bem Estar Social (IRBES)”, conclui a vice-presidente da ACIC e da Facesp.

Sistema complexo

“A carga tributária suportada no Brasil, tanto por pessoas físicas como por empresas, é bastante superior à de nações com o mesmo nível de renda por habitante, aproximando-se daquela paga por contribuintes de países mais bem desenvolvidos”, explica Alencar Burti, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp).

Segundo ele, o recorde de R$ 2,3 trilhões de arrecadação “reflete, por um lado, o impacto positivo da recuperação da atividade econômica sobre a arrecadação, e por outro o aumento dos royalties do petróleo, assim como a elevação dos preços de combustíveis e da energia elétrica, que são itens altamente tributados”.

Burti defende que o sistema tributário brasileiro é extremamente complexo e precisa de uma mudança imediata. "A simplificação e a redução da carga tributária estimulariam o crescimento dos negócios, ao mesmo tempo que diminuiriam a sonegação e a evasão fiscais. Isso geraria maior arrecadação, o que possibilitaria, conjuntamente com o corte de gastos públicos, o ajuste das contas públicas”.


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