- , 28 de Agosto de 2020
- 13:51:57h
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Equipe ACIC
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Pequenos negócios já são quase metade do e-commerce
Pandemia impulsionou migração em massa de MPEs para o ambiente on-line, que passaram a representar 48,06% do total em 2020, segundo mapeamento da Paypal em parceria com a BigDataCorp. Fonte: JORNAL DAS ASSOCIAÇÕES COMERCIAIS DO ESTADO DE SÃO PAULO
Os e-commerces de pequeno porte, que ao final de 2019 representavam 26,93% das lojas on-line do pais, hoje são 48,06% desse segmento, totalizando 1,34 milhão de sites.
Foi uma alta de 40,7% impulsionada, principalmente, pela pandemia, que obrigou a entrada desses empresários de menor porte no meio digital para sobreviverem.
Os dados fazem parte da 6ª edição do mapeamento "Perfil do E-commerce Brasileiro", realizado pela PayPal em parceria com a BigDataCorp. A aceleração é a maior registrada desde o início da série, em 2015.
A PayPal também verificou a entrada de 21,3 milhões de novas contas de MPEs em sua plataforma no 2º trimestre de 2020. O número equivale ao volume total de 2016, segundo Thiago Chueiri, diretor de desenvolvimento de negócios da PayPal Brasil.
Entre os consumidores que nunca tinham usado a plataforma por restrição quanto à segurança ou comportamento voltado ao meio físico, estão pequenos varejistas, forçados a se digitalizar na quarentena.
"Há ainda 1,7 milhão de novos empreendedores que buscaram sobrevivência nesse novo contexto", explica. "Porém, essa forte expansão indica o grande esforço que negócios de todos os portes têm feito para alcançar o consumidor em plena covid-19", completa Chueiri.
De acordo com o mapeamento PayPal/BigDataCorp, hoje o e-commerce é responsável por 8,48% do total de sites da internet brasileira. Há cinco anos, essa fatia não ultrapassava 2,65%.
Apesar de os sites corporativos ainda serem maioria - 4,5 milhões, de acordo com o levantamento -, a situação econômica atual criou essa mudança de comportamento que levou novos empreendedores ao ambiente on-line, reforça Thoran Rodrigues, presidente e fundador da BigDataCorp.
"Além de poder começar sem custo, vender pela internet é a coisa mais próxima da experiência de uma loja. A piora do cenário leva mais pessoas a buscarem alternativas, e o e-commerce é um caminho muito atraente."
Mas a pergunta é: e se tudo melhorar, esses novos e-commerces podem ser abandonados? Para Rodrigues, dos dois tipos de empresas que entraram no on-line esse momento, quem entrou por falta de opção porque precisava ganhar dinheiro, caso apareça outra alternativa, pode sim abraçá-la e abandonar essa loja.
"Porém, para outras, vai fazer sentido manter este canal aberto – como em alimentação, que foi um dos que mais cresceu. E ao voltar com a loja, dificilmente vai parar o e-commerce, pois virou receita adicional."
Já para Chueiri, da PayPal, é preciso pensar no aumento de demanda momentânea com a pandemia, e na grande quantidade de usuários que entendeu que o bom serviço prestado pelo meio digital faz diferença.
"Muitos consumidores experimentaram e, por mais que não usufruam 100%, perceberão um salto de maturação nos segmentos - o que vai levar as empresas a melhorar o nível de serviço e ampliar o portfólio."
OUTROS DADOS
Outros insights da pesquisa mostram que o e-commerce brasileiro está mais profissional. Do total, 55,68% já adotam meios eletrônicos de pagamento - uma alta de 5,4 pontos percentuais ante a edição 2019.
Da mesma forma, mais de três quartos das lojas on-line, ou 76,55%, se encontram em uma das 211 plataformas de e-commerce mapeadas. Aqui, o aumento foi de 2,52 pontos percentuais comparado ao ano anterior.
Quanto ao número de visitas, 88,77% dos sites de e-commerce no Brasil recebem até 10 mil visitantes mensais. Mas há discrepâncias: 8,73% são grandes sites, com mais de meio milhão de visitas mensais. Os 2,5% restantes estão na faixa intermediária, que recebem entre 10 mil e meio milhão de visitas por mês.
Já quando se fala em distribuição, São Paulo segue concentrando a grande maioria dos e-commerces, 58,95%. Em segundo lugar, mas muito atrás, está o Rio de Janeiro, com 6,93%, e Minas Gerais, com 6,2%.
As mídias sociais já são adotadas por cerca de 68,63% das lojas on-line. Mas a pesquisa mostra um dado interessante: o YouTube cresceu em importância no e-commerce brasileiro, presente em 39,87% da estratégia das lojas virtuais, e aumentou sua participação em 7,65 pontos percentuais em relação a 2019.
A plataforma fica atrás apenas do Facebook, presente em 54,18% dos comércios eletrônicos do País. Na sequência vem Twitter, com 30,45% de participação, Instagram, com 21,16%, e Pinterest, com 4,81%.
Entre as soluções mais adotadas pelas lojas on-line, a mais popular são plataformas fechadas (63,41%), que vêm conquistando participação gradual desde o início da série histórica. Em seguida, as lojas sem plataforma são o formato preferido por 23,45% dos e-commerces. Plataformas abertas respondem por 13,14%.
A adesão dessas plataformas ao SSL (Secure Sockets Layer), camada de segurança que criptografa dados das transações entre consumidor e loja on-line, voltou a crescer e hoje se encontra em 88,43%. Essa adesão só foi maior em 2017, quando chegou a 91,27%.
Um dado positivo para os consumidores: 81,96% dos e-commerces já são responsivos, ou seja, preparados para serem acessados em qualquer tela. Este é mais um recorde desta edição, de acordo com a pesquisa.
A 6ª edição do mapeamento do perfil do e-commerce brasileiro usou o processo de captura de dados da internet da BigData Corp., que processa mais de 10 petabytes semanalmente, extraídos de visitas a mais de 28 milhões de sites nacionais. Os dados apresentados foram colhidos na primeira semana de agosto de 2020
FOTO: Thinkstock