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Equipe ACIC
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Pandemia fecha pelo menos 20% das lojas da 25 de Março

Estimativas da Univinco apontam que cerca de mil CNPJs não resistiram à crise da covid. Poucos lojistas conseguiram se adaptar ao e-commerce, canal com baixa participação no tradicional comércio de rua da região. Fonte: JORNAL DAS ASSOCIAÇÕES COMERCIAIS DO ESTADO DE SÃO PAULO

Ainda sob efeitos positivos do auxílio emergencial e da fase amarela do plano de flexibilização, os lojistas da 25 de Março conseguiram um feito em pleno cenário recessivo de pandemia: de outubro a dezembro de 2020, o comércio local recuperou 80% das perdas dos meses de quarentena com as vendas de Natal e Ano Novo. 

Ainda assim, a crise da covid fez grandes estragos no maior polo de comércio a céu aberto do país. 

Com aproximadamente 5 mil CNPJs ativos antes da pandemia na 25, a estimativa é que cerca de 20% desse total, algo em torno de mil pequenos e médios negócios, encerraram as atividades definitivamente, afirma o comerciante Marcelo Mouawad, porta-voz da União dos Lojistas da 25 de Março e adjacências (Univinco).  

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Sócio do Grupo Semaan, Mouawad lembra que março, "quando fechou tudo", foi o pior momento para a 25, que em dias normais recebe 400 mil pessoas e já chegou a picos de 1 milhão.  

"A ida à 25 de Março faz parte da experiência de compra dos consumidores, e nós perdemos tudo isso." 

Na época, a queda nas vendas chegou a 85%, diz. Mas pode ter sido ainda maior - principalmente para quem não trabalhava com e-commerce, canal de participação irrelevante no tradicional comércio de rua da região. 

Quem já trabalhava com vendas on-line, elas não ultrapassavam 5% dos negócios. Para alguns poucos lojistas, chegava a 15%. Quem não tinha precisou correr para tentar vender algo por aplicativos ou marketplaces. Alguns até montaram site, mas quem conseguiu vender um pouco mais foi pelo Whatsapp, conta. 

Os comerciantes também usaram todos os recursos possíveis para evitar demissões e não terem de chegar ao extremo de fechar as portas: zeraram férias, reduziram salários e suspenderam contratos, diz Mouawad.  

LEIA MAIS:  Empresários e trabalhadores se unem contra fechamento do comércio

Algumas empresas até combinaram com seus funcionários que ficassem em casa, recebendo sem trabalhar e com banco de horas negativo para compensação posterior, pois sairia mais barato do que demitir.  

Mas não teve jeito: a região que empregava entre 40 mil e 60 mil pessoas, incluindo trabalhadores formais, autônomos e até informais, fechou cerca de 15% desses postos de trabalho, diz o porta-voz da Univinco.

DETALHE DA CAMPANHA: MÁSCARAS PARA OS CONSUMIDORES

"Não é de hoje que a situação econômica está difícil. Quem esperava um ano bom para sobreviver, que começou com a expectativa de aprovação das reformas, infelizmente não aguentou", afirma. 

E pode complicar um pouco mais: os comércios que dependem do volta às aulas e do Carnaval já sentem uma queda de pelo menos 50% nas vendas nesse início de 2021, destaca Marcelo Mouawad.

QUEIMANDO ESTOQUES  

O dilema entre a necessidade de trabalhar e cuidar da sobrevivência para combater a epidemia de covid-19 levou lojistas da 25 a conversarem com Prefeitura e o governo de São Paulo em busca de  soluções. 

Mouawad, interlocutor dos lojistas através da Univinco nas conversas para a reabertura do comércio em 2020 diz que, só quando as duas administrações sentiram a queda na arrecadação, as coisas mudaram de rumo. 

Junto com outras entidades do comércio, criou-se protocolos sanitários a serem aplicados nas lojas, que determinavam distanciamento e controlavam a quantidade de pessoas atendidas, entre outros. 

Além da campanha de conscientização promovida pela Univinco, os lojistas pediram apoio para a Prefeitura para conversar com ambulantes, que acabavam ajudando a criar aglomerações principalmente nas calçadas. 

"Nas ruas e no transporte coletivo não tem como controlar, mas dentro das lojas sim, com aferição de temperatura na porta, álcool gel... Batemos muito nessa tecla, e conseguimos o retorno seguro", afirma. 

LEIA MAIS:  Lojistas precisam fazer sua parte para evitar aglomerações

Com a reabertura, de junho em diante, Mouawad lembra que a volta dos clientes ajudou a recuperar 40% das vendas quando comparada a igual período de 2019. Em agosto, chegou a 60%, e de outubro em diante, 80%.

"Tomamos todos os cuidados e não gerou nenhum surto da doença, como disseram que geraria", diz. "Quando comparamos as vendas (no retorno) com 2019, podemos dizer que tivemos uma queda relativamente boa."

Por isso muitos lojistas da região resistiam e ainda resistem em adotar o e-commerce, já que o modelo de negócio tradicional da 25 de Março é baseado em variedade, bom preço, no lançamento mais recente, em estoques muito altos e claro, na experiência de compra presencial. 

Esses estoques altos, aliás, é que ajudaram a salvar os negócios e a cobrir gastos com funcionários e a alta em despesas como o aluguel, cujo índice de reajuste, o IGP-M, subiu mais de 20% ao longo de 2020. 

A alta do dólar e as dificuldades logísticas provocadas pelo lockdown por todo o mundo fizeram o frete de importados da China, por exemplo, explodir 40%, subindo de US$ 800, em média, por contêiner, para US$ 6 mil, diz o porta-voz da Univinco. Um custo impraticável - principalmente para os negócios menores.

Assim, a alternativa de muitos lojistas da 25 de Março foi pôr à venda tudo o que tinha sobrado do ano anterior.  "Eles são acostumados a lidar com o mercado de maneira agressiva. Então quem teve adaptabilidade, conseguiu manter bons preços e queimou estoques velhos, sofreu menos", conclui Mouawad.   

FOTO: Paulo Pinto/Fotos Públicas


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