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Loja do Mecânico se transformou para vender conhecimento

Como muitas lojas físicas tiveram que fechar, o negócio passou a atender novos clientes, profissionais que migraram suas compras para o on-line para conseguir manter o trabalho. - FONTE: JORNAL DAS ASSOCIAÇÕES COMERCIAIS DO ESTADO DE SÃO PAULO

Com mais de 20 anos de mercado, a Loja do Mecânico se consolidou no digital como uma das principais opções no setor de ferramentas.

No último ano, ampliou sua estratégia de negócios, após entender as dificuldades que o seu público profissional enfrentava - já que antes da pandemia esse nicho dependia das vendas feitas por representantes comerciais e visitas técnicas presenciais, que ficaram restritas com o isolamento social.

A partir dessa demanda, seus fundadores viram surgir novas oportunidades ao definir como propósito ajudar profissionais autônomos, oficinas e pequenos lojistas na expansão de seus negócios através de tecnologia e impacto social.

DO TELEFONE PARA A INTERNET

Durante anos, Thiago Gurgel, cofundador da Loja do Mecânico, acompanhou o dia a dia do pai vendendo ferramentas de porta em porta na cidade de Franca, no interior de São Paulo.

Seu público era, basicamente, formado por mecânicos e fazendeiros da região, que reclamavam da dificuldade para adquirir ferramentas específicas a pronta entrega.

De olho nisso, Marcio passou a trabalhar com encomendas de itens mais complexos e o negócio foi crescendo a ponto de envolver toda a família.

Thiago, no entanto, diz se sentir parte do negócio do pai desde o início, quando aos 12 anos já anotava os pedidos que eram feitos por telefone. Aos 15, ele passou a ficar mais à frente da parte de tecnologia e foi fundamental para a digitalização da empresa.

Em 1998, com a popularização da internet, a Loja do Mecânico passou a atuar no digital e com o passar dos anos se tornou a principal referência de e-commerce no setor.

Hoje, a família é dona do maior e-commerce especializado em venda de máquinas e ferramentas no Brasil. São mais de 3,5 milhões de clientes, 200 mil vendas por mês, 15 milhões de acessos mensais e três marcas próprias.

O TOMBO DA PANDEMIA 

Como muitas lojas físicas tiveram que fechar, os clientes, em sua maioria profissionais, migraram para as compras on-line para conseguir manter o trabalho.

Nas primeiras semanas, com parte da população trancada em casa e um cenário de incertezas, o ritmo crescente de vendas desacelerou. A empresa viu o volume de vendas zerar e foi buscar inspiração fora do Brasil em uma parceria com o Google.

"Precisávamos saber como que estava lá fora. O que estavam pesquisando? O que os clientes estavam fazendo? Foi praticamente um copia e cola que aconteceu aqui no Brasil, só em tempos diferentes".

Foi nesse percurso que adiantaram projetos previstos para o futuro e investiram na proximidade com o cliente. Junto com o Google identificaram que o site estava tendo muito acesso, porém pouca venda. Com a conversão em baixa, os usuários deixavam muitos itens nos favoritos, na chamada wish list.

Esse mesmo levantamento mostrou uma intensa busca por itens de primeira necessidade, como EPIs (equipamento de proteção individual) e material para manutenção e decoração do lar.

Ter um e-commerce bem estruturado ajudou. Foi assim que perceberam a chegada de novos clientes, o interesse em produtos vendidos por lojas que estavam fechadas e começaram a atender melhor esse público. Para agradecer a chegada da nova clientela, tiveram a ideia de fazer uma live.

Neste momento, outra surpresa: "Nossos clientes queriam muito mais que comprar. Eles queriam conhecimento".

Como fazer? Como abrir um negócio novo? Essas perguntas surgiam com frequência nas redes da marca que apostou no YouTube para, de forma totalmente gratuita, levar informação sobre como montar um negócio, como utilizar os produtos de uma forma que os faça ser mais rentáveis para que os profissionais gastem menos tempo e executem mais serviços.

Apostaram num avanço de estoque e em ofertas mais espaçadas para conseguir manter preços competitivos por mais tempo. Lançaram o frente a frente, uma ferramenta interna do aplicativo da empresa que permite interação entre cliente e vendedor. "Ficamos mais próximos do nosso cliente, que é quem faz tudo acontecer, de um jeito digital".

Gravaram podcasts com dicas técnicas, num papo bem direcionado de profissional para profissional. Nas palavras de Thiago, buscaram formas de ajudar e ser ajudado.

Thiago destaca que como empresa, a Loja do Mecânico quer ser empática e ir além do que se vende no site - ajudar quem está com problema financeiro, dificuldades de atendimento, educação - até com RH, o empresário diz já ter ajudado outros negócios disponibilizando sua própria equipe para orientação.

Para humanizar ainda mais esse atendimento que tem o intuito de acompanhar o que o consumidor está querendo, os vídeos e lives feitos pela empresa foram otimizados e acontecem não só em datas sazonais, tradicionais do varejo, como Dia dos Pais, mas também contemplam o Dia do Serralheiro, Dia do Marceneiro e afins.

"Não é só ter o produto para ter sucesso. Tem que ter esse algo a mais, entender o cliente, saber a dor e ter a capacidade de resolver problema. Compro de você porque quando eu tenho um problema você me ajuda a resolver mais rápido", diz.

 

IMAGEM: Divulgação 

 

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