Impostômetro da ACSP chega a R$ 1,4 trilhão

Impostômetro da ACSP chega a R$ 1,4 trilhão

Em 2015, o mesmo valor foi atingido cinco dias antes, o que aponta uma considerável queda na arrecadação neste ano

O Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) registrou, no último dia 15 de setembro, às 17h, a marca de R$ 1,4 trilhão. O valor corresponde ao total de impostos, taxas e contribuições que a população brasileira já pagou desde o início do ano. Em 2015, esse mesmo valor foi atingido no dia 11 de setembro, cinco dias antes se comparado com este ano, o que aponta uma considerável queda na arrecadação. Em Campinas, a arrecadação está atualmente na marca de R$ 1,27 bilhão, faltando pouco mais de três meses para acabar o ano. Em 2015, foi arrecadado na cidade um total de R$ 1.76 bilhão em impostos. 

De acordo com o presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (FACESP), Alencar Burti, o atraso da marca em 2016 decorre da crise, que faz diminuir o montante arrecadado. “O Impostômetro aponta que a arrecadação nominal de tributos continua em queda. A confiança do brasileiro parou de piorar, mas ainda está muito baixa, por causa da situação presente, de recessão. Enquanto o consumidor não sentir melhora do momento atual, não irá às compras – mesmo que acredite que a situação vai melhorar em algum momento. E, como nosso sistema tributário recai bastante sobre o consumo, a arrecadação naturalmente cai”, detalha Burti. Ele complementa que, apesar do recuo da arrecadação, o montante pago ao governo continua alto e gera pouco retorno para a população.

Adriana Flosi, vice-presidente da Associação Comercial e Industrial de Campinas (ACIC) e da FACESP reitera as palavras do presidente da Federação e destaca a importância do Impostômetro para a conscientização da população. “Os altos encargos tributários que os cidadãos pagam precisam ser revertidos em melhorias nos serviços públicos. Todos devem estar atentos e cobrar das autoridades competentes a melhor utilização deste dinheiro, seja na esfera municipal, estadual ou federal”, enfatiza Adriana.

Apesar da projeção de queda, se comparado o mês de setembro deste ano ao de 2015, houve um aumento na arrecadação de Campinas. No ano passado, de acordo com dados do Impostômetro, o montante no mês foi de R$ 140 milhões, contra R$ 145 milhões até este momento.

Alguns produtos com uma alta taxa de impostos (valores aproximados):

Micro-ondas de R$ 300 – impostos: R$ 180.

Gasolina R$ 3,4 – impostos: R$ 2,0.

Cerveja R$ 2,0 a lata – impostos: R$ 1,10.

Liquidificador de R$ 80,00 – impostos: R$ 35,00.

Sabão em pó 1kg de R$ 7,00 – impostos: R$ 2,80.

Achocolatado 400g de R$ 10,00 – impostos: R$ 3,80.

O painel

O Impostômetro foi implantado em 2005 pela ACSP para conscientizar o cidadão sobre a alta carga tributária e incentivá-lo a cobrar os governos por serviços públicos de qualidade. É uma ferramenta automatizada que recebe dados de todo o Brasil e apura quanto as esferas de governo estão arrecadando em tributos. Os valores computados são federais, estaduais e municipais e são atualizados em um painel em tempo real no site www.impostometro.com.br. Pelo portal é possível também ver os valores separadamente em cada município e entre outras informações. O painel físico do Impostômetro está localizado na sede da ACSP, na Rua Boa Vista, centro da capital paulista.

Os dados recebidos são enviados por fontes oficiais como a Receita Federal, portanto não são especulativos. O que mais conta na soma é o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, o ICMS, com 20% do total. Em seguida vêm o INSS, com 17,3% do total e o Imposto de Renda, 16,9% da soma.


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