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Jarib B D Fogaça
Jarib B D Fogaça
Sócio na JFogaça Assessoria e conselheiro independente.

Uma alavanca para o desenvolvimento econômico sustentável

Muito se tem estudado ao longo dos anos sobre os pilares de sustentação de uma economia em determinado país.  Também se tem estudado os ciclos econômicos, sua previsibilidade e como devemos nos preparar para os momentos de estagnação, recessão e até depressão econômica.

Estamos vivendo em todo o mundo um longo período de constante incerteza e sem sinais visíveis, num futuro próximo, de recuperação econômica contínua e crescente. Por mais que se busque explicação para o período longo de relativa estagnação, não se sabe ainda, com certeza, quando e como sairemos dessa situação. Pior que isso, não soubemos nos preparar antecipadamente.

Um artigo em um site americano denominado “Information Station” propicia uma explicação de forma breve e leve, daquilo que se entende que são os cinco meios [componentes] pelos quais o crescimento econômico ocorre:

-aumento na força de trabalho, quando o número de pessoas produtivas, aumenta;

-descobrimento de novos recursos [naturais], que possam ser usados no aumento da produção;

-aumento da especialização da força de trabalho, quando a força de trabalho ganha mais capital humano, incluindo habilidades e conhecimentos;

-novas tecnologias, que incluem novos processos, ferramentas e dispositivos que propiciam significativo aumento na produtividade;

-aumento no comércio [de forma geral], que resulta da troca que as pessoas fazem do seu dinheiro por mercadorias e serviços, que multiplicado em toda economia, melhora o bem-estar das pessoas e propicia crescimento.

Portanto, sabemos quais são os meios, os componentes, que propiciam o desejado crescimento econômico. Então, bastaria promover o seu crescimento e desenvolvimento para que pudéssemos reduzir as incertezas e retomar a recuperação econômica. Certamente não é tão simples assim, pois temos visto que mesmo com esse conhecimento, não temos conseguido resultados já há um bom tempo. E não somente no Brasil, como também em vários outros países.

Não basta termos o aumento no número de pessoas e sua especialização, bem como descobrirmos novos recursos naturais e novas tecnologias, e passarmos a comercializar tudo isso. Precisaremos, sim, promover o incremento em cada um desses elementos, de forma ordenada [disciplinada, metódica], priorizada [para aqueles componentes que merecem vantagem], e focada [com foco naquilo que foi estabelecido; e com esforço concentrado com a atenção e o interesse voltados para um só objetivo].

É evidente que o incremento em cada um desses elementos e o consequente crescimento econômico somente virão no longo prazo já que não se melhora algo da noite para o dia. São necessárias semanas, meses, anos e até décadas para se promover o desenvolvimento econômico sustentável. Precisamos muito mais do que simplesmente novos recursos naturais, novas tecnologias de processos, ferramentas e dispositivos que aumentem a produtividade de forma aleatória.

Precisaremos antes, identificar de forma ordenada os setores e indústrias favoráveis, priorizá-los por critérios reconhecidamente válidos, e focar naqueles nos quais possamos ter em nosso país numa atuação de liderança como um dos maiores e melhores naquilo que escolhermos.

O Brasil tem proporções continentais, uma economia interna enorme e com potencial de crescimento, mas que precisa, sim, de novos investimentos com características de longo prazo e globalizantes. Há um índice de globalização das economias que podemos usar como referência concebido e denominado “KOF Index of Globalization”. Neste caso, o índice do Brasil em 2016 foi de 60.5%, muito baixo para uma economia tão grande, já que em qualquer estudo econômico que se lê, o país está e estará nas próximas décadas, entre uma das 10 maiores economias do mundo.

Com estes indicadores, podemos rapidamente ver que temos uma grande oportunidade, de longo prazo, que precisa ser aproveitada e pautar a agenda setorial, industrial e empresarial do nosso país. Temos que propiciar condições para o almejado desenvolvimento econômico sustentável, de forma ordenada, priorizada e focada, considerando os vários setores e indústrias mais promissores. Devemos promover um planejamento de longo prazo, de forma que os empresários [locais e estrangeiros] possam também planejar com segurança seus investimentos no país e possam, assim concretamente, retomar investimentos vultuosos de longo prazo.

Temos focado nossa economia em promover novos investimentos já há décadas, um esforço louvável, mas talvez não tão ordenado, priorizado e focado como poderíamos fazer. Não podemos negar o progresso alcançado em nosso país nas últimas décadas, seja pelo nosso potencial de crescimento e oferta de oportunidades de negócios ou pelos avanços econômicos já conquistados até agora. Ou ainda pela presença de grandes empresas nacionais e multinacionais brasileiras, em rankings das maiores companhias do mundo. Entretanto, nossa economia ainda pode muito mais.

Certamente, há vários setores e indústrias globais que seriam significativamente benéficos ao Brasil. Um incremento significativo de investimentos em setores e indústrias que possam suprir vários mercados e geografias, além do Brasil, mas a partir daqui, e que gerem grande produção de produtos e componentes manufaturados e exportáveis.

Devemos identificar aqueles que demonstram ser mais promissores, propiciando e permitindo assim sua expansão mais rápida e efetiva. Além disso, é importantíssimo que se trate de um setor e/ou indústria com alto valor agregado e com componentes tecnológicos sofisticadíssimos, o que certamente traria ao Brasil uma grande vantagem competitiva no mundo globalizado e sem fronteiras que vivemos atualmente.

Certamente, somente com um planejamento de longo prazo será possível fazer grandes mudanças, fincar novos pilares conceituais e produzir resultados diferentes e duradouros, promovendo o almejado desenvolvimento econômico sustentável para contrapor com nossa economia, sempre combalida por qualquer movimento mundial, até mesmo de pequenas proporções.

 


Jarib B D Fogaça|

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