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Equipe ACIC
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Centenário, mas ainda jovem: O que um tênis pode ensinar sobre tradição para sua empresa

[Tempo de leitura: 5 minutos]

Quando pensamos em tênis, naturalmente vem em nossa mente diversos estilos e marcas desse tipo de calçado, algumas mais famosas e outras menos, mas poucas delas conseguem alcançar a representatividade através dos anos como a Converse e seu icônico Chuck Taylor’s All Star, ou apenas All Star para os íntimos. Completando 100 anos de história neste ano, foi com esse modelo de tênis como carro-chefe que a empresa conseguiu atravessar gerações se mantendo relevante ao mercado e, mesmo quando esteve prestes a falir, soube se reinventar e chegar, neste ano, ao faturamento de mais de 2 bilhões de dólares em vendas [FONTE: Statista].

Com esse caso como plano de fundo, podemos fazer uma breve análise sobre um dos grandes dilemas que muitas vezes é encarado pelas empresas no que diz respeito à tradição nos negócios. Não faltam opções quando pensamos em empresas que, desde um mercado de bairro até uma multinacional, foram fundadas algumas décadas atrás e gozaram de certo prestígio perante a comunidade local ou, no segundo caso, global, mas que com o passar do tempo e com a mudanças que o mundo vem passando, aos poucos, acabaram não permanecendo relevantes a esses consumidores por não acompanharem essas mudanças devido a motivos diversos, mas muitas vezes por apenas se apoiarem em um conceito imutável de tradição como principal força. Nesse contexto, também existem as empresas que atualmente estão vivenciando esse processo de perda de relevância e, identificando essas dificuldades, buscam formas de voltar aos tempos áureos. E a Converse e seu All Star estão aí para provar que isso é possível.

Para nos aprofundarmos neste tema, vamos primeiro recorrer ao significado da palavra tradição, que inicialmente teve um significado religioso se referindo às doutrinas ou práticas passadas de geração para geração, seja pelo exemplo ou então por palavras. Fazendo um paralelo, podemos comparar isso à suposição de você ir comprar em uma loja pelo exemplo de seus pais, que só compravam nesta mesma loja ou por algum outro motivo que fazia sentido para eles… mas esses motivos fazism sentido para você? Seguindo nesse raciocínio, podemos analisar que as mudanças comportamentais que o mundo vem passando estão matando a tradição por si só, se ela não estiver acompanhada com algo a mais. Entendendo isso, se até mesmo as religiões, que são sinônimo de tradição, vêm promovendo algumas mudanças, por que as empresas não podem mudar?

A Converse entendeu isso e promoveu mudanças conforme passaram as gerações e hoje é um exemplo de sucesso nesse contexto, se consolidando como uma “jovem centenária”. Abaixo, detalhamos para você algumas das principais lições que a empresa aprendeu com o tempo. Temos certeza de que podem ser relevantes para seu negócio:

  • Se adapte conforme as gerações se renovam

Com o passar das décadas, a Converse conseguiu entender perfeitamente como se posicionar frente às mudanças que ocorriam. Inaugurada inicialmente como uma fábrica de borracha em 1908, a empresa logo viu uma oportunidade em criar um produto específico voltado ao esporte que mais crescia nos Estados Unidos: O basquete. Assim, em 1917 iniciou a produção do produto que seria seu novo foco: tênis de basquete. Décadas depois, nos anos 70’, uma das décadas de ouro no basquete americano, a empresa aproveitou essa “febre” pelo esporte e criou novas edições do All Star, tornando ele o tênis mais utilizado entre os jovens da época, invadindo inclusive o mundo da música. Na década seguinte, também não se importou em mudar seu foco para se tornar sinônimo de calçado casual para qualquer situação, até voltar a apostar fortemente no mercado da música para se consolidar como um ícone pop. É claro que essa constante mudança de foco como forma de adaptação pode não estar alinhada a todos os tipos de negócios, mas isso fez sentido para a Converse renovar sua representatividade conforme as gerações de jovens também iam se renovando. Assim, o grande insight é: O que estamos fazendo para conquistar diferentes gerações de consumidores?

  • Esteja disposto a abrir mão de coisas importantes na hora da mudança

Sempre que surge a necessidade de uma mudança, naturalmente isso irá trazer a necessidade de se abrir mão de algo que possa ser importante para você ou sua empresa. A grande questão é: o que define essa importância? - Apego pessoal, saudosismo ou de fato algo que faça sentido para seus consumidores ou para seu mercado? Se existe algo que ainda resiste às mudanças em sua empresa mas que não esteja fazendo mais sentido para os consumidores, talvez seja a hora de desapegar. Foi nesse sentido que, em 2015, a Converse, que foi adquirida pela Nike em 2003, resolveu modificar o design do All Star para aproximar o produto de consumidores que ainda resistiam a ele, sendo que o design original permanecia o mesmo desde 1917. As mudanças não foram tão grandes, é verdade, mas isso mostrou que a empresa estava disposta a abrir mão de pontos até então imutáveis em sua estratégia. Além de atingir novos públicos, só essa pequena mudança também causou um aumento de valor perceptível no produto por parte dos consumidores.

  • Aposte em parcerias

Ao falarmos sobre pessoas, um dos principais comportamentos identificados nos últimos anos referentes às relações humanas diz respeito ao poder da colaboração. As pessoas colaboram pois sabem que, juntas, conseguem chegar a um determinado ponto se ajudando mutuamente em uma relação ganha-ganha, e isso também pode ser aplicado às empresas. Ciente de que possui clientes fiéis e um produto reconhecido no mercado, mas que deve constantemente buscar novos públicos e uma maior diversificação, a Converse vem apostando em colaborações com outras empresas e marcas para chegar a novos clientes. Com essa estratégia, já colaborou com dezenas de empresas de nichos específicos da moda e até mesmo com empresas e artistas de segmentos totalmente diferentes, como Oscar Niemeyer e a Nintendo, por exemplo. Aqui, o insight é: Com quem eu posso formar parcerias para alcançar um novo objetivo?

Por fim, a principal lição que podemos tirar através desse exemplo é que a tradição é sim, muito importante, mas só ela por si só não adianta mais. Por isso, as empresas mais tradicionais, independente de seu porte ou segmento, precisam buscar constante adaptação e procurar entregar às novas gerações um ou mais motivos para que permaneçam sendo consideradas relevantes.

 


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